"Não há grandes poetas nem grandes poemas; há palavras que nos agarram no momento certo. só isso."

Gil T. Sousa


sábado, 14 de julho de 2007

Alma despida


Hoje é dia de apanhar um comboio sem destino. Deixar tudo para trás como se nunca tivesse existido. Sinto as pessoas com olhar vazio encostadas ao mundo. Mesmo que o sol desapareça elas não mostram raiva nem sofrimento. Elas sonham com os olhos abertos e esperam com os olhos fechados outro dia.
Todas elas aprenderam a conter a raiva e o sofrimento, mas eu já não consigo a alma rebentou na minha mão. E só hoje senti que o meu rumo me levava para longe e que o chão já não tinha espaço para tudo o que foge. Não tenho motivo para fugir mas aqui não posso ficar. Dentro de mim nasce uma força mais forte que eu, que me desfaz em restos de amor e solidão.
Abro a porta de um comboio e lá vou eu. Se alguém for atrás de mim talvez me encontre numa paragem no deserto.

1 comentário:

Tani disse...

encontrei.te sara =)


gostei. Talvez te siga. Mas ainda espero que a minha alma se recomponha da explosao. Se entretanto nao acontecer, vou contigo.

(bocadinhos de Mafalda veiga)