"Não há grandes poetas nem grandes poemas; há palavras que nos agarram no momento certo. só isso."

Gil T. Sousa


segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Só quero...

Eu quero. Quero respirar o ar puro, nem que seja o da rua. Quero descobrir o mundo, com a mochila ás costas. Quero um festival. Quero abanar a cabeça num concerto de rock e estalar os dedos num de jazz. Quero uma fogueira e uma guitarra na praia. Quero um mergulho no oceano e nunca mais voltar. Quero fazer o que me apetece sem dedos a apontar. Quero beber cores esquisitas. Quero dançar música pimpa com um/a desconhecido/a. Quero rir e chorar. Quero acampar contigo. Quero cantar, quero gritar. Quero tossir de alegria e contagiar o mundo inteiro. Quero baloiçar na cadeira. Quero as cinco da manha e o sol a rasgar. Quero pulseiras e desejos. Quero areia e conchas para colocar no bolso. Quero fotografar os meus pés. Quero-me. Quero-te. Quero-o/a. Quero-vos. Só quero,




coragem.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Vive o presente e alcançarás a felicidade

Vivemos rodeados de pessoa que lutam todos os dias por atingir cargos profissionais cada vez mais elevados, nem que para isso seja necessário empurrar o adversário. Diria que chegamos a certas a alturas que parece que vivemos num ringue de boxe. É uma sociedade que reafirma a frase, cada um por si, mostrando com ela uma ganância. É a procura individualista pelo lugar ao sol.
Depois de um dia de trabalho e de limparem a sua dupla personalidade, olham ao espelho e desejam a felicidade. Uns lembram-se de tempos passados e de como eram felizes, outros imaginam que se fossem desta forma ou daquela conseguiriam atingir a felicidade, outros recordam as suas desgraças, choram por perdas e esquecem-se que todos temos dessas desgraças. Todos estamos cheios de mortes, de erros cometidos, mas estas pessoas dedicam-se a relembrar continuadamente essas circunstâncias. Ainda existem outros que olham o espelho, pensando que depois do curso acabar, depois de fazerem aquilo e aquilo vão atingir o mais esperado. Esquecendo-se que nunca serão felizes porque quando alcançarem o que realmente queriam existirá sempre outras coisas incansáveis.
Enquanto perdes o teu tempo a desejar a felicidade, eu vivo mesmo ao teu lado, e tu ainda não deste conta.
Talvez procures a magia em locais mais longes, sem olhar, nem que seja uma única vez, à tua volta. Eu estou aqui mesmo ao teu lado e tu nem sabes que eu existo. Se calhar para ti é algo sem importância. Deves-me considerar uma pessoa oca, sem objectivos a atingir, sem argumentos válidos para ser feliz. Mas ao contrário de ti, eu preocupo-me contigo. E sei que estás mesmo do outro lado da parede do meu quarto. Na verdade partilhamos a mesma parede, chego por vezes a tocar nela para te sentir, perto de mim.
Vivo mesmo ao teu lado, não sei como ainda não deste conta.
Os domingos são passados em família, todos cooperam nas tarefas, e dou por mim a ver-te sorrir. Muitas vezes parece que também olhas para mim, eu desvio o olhar, mas depois reparo que tinha sido uma ilusão. Esta ilusão que me acontece muitas vezes, enganando o meu cérebro, deixando o meu inconsciente confuso por alguns instantes fazendo com que este capte ideias falsas e preencha espaços vazios.
A tua vida é agitada e muito ocupada. Existem noites, que espero que feches a porta do teu quarto para te sentir a deitar, mesmo aqui ao lado. Esta noite é uma delas, e ainda estou à tua espera, espero ansiosamente que feches a porta, e que me deixes mais uma noite imaginar todos os teus passos, todos os teus sonhos.
Anseio pelo dia que te vou poder ensinar que a felicidade pode estar mesmo do outro lado da parede e de nada vale andarmos por aí a desanimar, correndo desesperadamente para a encontrar.
A felicidade consiste em dar valor a cada momento presente, um sorriso de um ser querido, uma palavra de um amigo amável, uma comida deliciosa, um por do sol fantástico... Aí esta a felicidade, não é nas grandes coisas.
Se qualquer aspecto do passado ou do futuro condiciona nosso presente, que é o único que existe, então nós estamos equivocando da raiz e perderemos o presente. Temos que recordar o passado, já que nele reside nossa experiência, e temos que prever o futuro, mas sempre sem condicionar o presente.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Vagueando...

Vagueando pelas ruelas da minha aldeia, que me viu crescer. Fechada num escuro rasgão que me fere a placidez. Não existe luminosidade que alcance a minha vista, abençoando os meus passos e os meus sentimentos. A intelectualidade das mentes fere-me. E o mundo, em geral, também. Infectado de protocolos regidos pela pobreza de espírito.
Para onde caminho eu, que trilho optarei neste mundo, onde tocar no céu já não chega.
Devaneando sozinha pelos caminhos estreitos, pessoas ultrapassam a minha magia, rodeadas de interrogações. Pensativas, sem encontrar a resposta, estranha mas obvia, por me encontrar sozinha. Cercada por apáticos e indiferentes não quero estar. Os obstáculos desta sociedade são sublimes, futilidades, banalidades e indolência. Aprisionam-me como um cordão umbilical, a luta por não ser alimentada por todas estas farsas, é grandiosa.
Magia encontro nas madrugadas quando atalho entre caminhos, estarão eles vazios, mas sempre com um toque particular que os torna únicos. Sou feliz quando encontro a minha identidade e sei que ás vezes é necessário uma chuva que afogue o mar que me olha, todos os dias, cheio de fragmentos do que fui e deixei.

Entrem no mundo da fotografia


Sites onde podem encontrar fotografias da minha autoria.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O passar do tempo

Que melancolia de vida... um autocarro com três pessoas, estarão tristes e vazias? A pensar em nada e em tudo ao mesmo tempo? No passado, no futuro ou mesmo no presente da vida. Serei um intruso deste autocarro ou serão eles?
Depois de uma travagem, uma pessoa entra com mais energia. Não consigo entender o seu discurso, mas tento. Resmunga com o condutor. Talvez seja por este ir distraído e o fez esquecer que tinha gente na paragem á sua espera. Eu carrego no stop, para abandonar esta rotina e deparo-me com a senhora, que eu até a conheço de infância, apesar desta já não me reconhecer, sim é verdade cresci e já não sou aquela menina pequenina que pulava a todos os minutos, tenta dialogar comigo dizendo "com a pressa com que o condutor vai, vais atrasa-lo". Ri-se e eu também esboço um sorriso, sorriso este natural... já chega e abandono o autocarro percorrendo as ruelas, olhando para a direita e para a esquerda, de vez em quando para trás... Até chegar ao meu refúgio, onde ninguém me pode encontrar.