"Não há grandes poetas nem grandes poemas; há palavras que nos agarram no momento certo. só isso."

Gil T. Sousa


sábado, 14 de julho de 2007

Alma despida


Hoje é dia de apanhar um comboio sem destino. Deixar tudo para trás como se nunca tivesse existido. Sinto as pessoas com olhar vazio encostadas ao mundo. Mesmo que o sol desapareça elas não mostram raiva nem sofrimento. Elas sonham com os olhos abertos e esperam com os olhos fechados outro dia.
Todas elas aprenderam a conter a raiva e o sofrimento, mas eu já não consigo a alma rebentou na minha mão. E só hoje senti que o meu rumo me levava para longe e que o chão já não tinha espaço para tudo o que foge. Não tenho motivo para fugir mas aqui não posso ficar. Dentro de mim nasce uma força mais forte que eu, que me desfaz em restos de amor e solidão.
Abro a porta de um comboio e lá vou eu. Se alguém for atrás de mim talvez me encontre numa paragem no deserto.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Na palma da mão

Faço pinturas dos meus sonhos perdidos, piso o luar que está desenhado no chão. De segundo em segundo deveria destruir os nossos castelos de areia em vez de ser outra pessoa a fazê-lo. Mas talvez eu seja o sol num dia de nuvens. Conheço o teu caminho como conheço as linhas da minha mão, mas hoje um pescador necessitou delas para um dia de pesca intensiva. E eu fico perdida como uma gaivota sem asas.
Tento de todas as maneiras dar cor ao meu desenho mas o preto do céu recolhe todas as outras sem permissão. É impossível desenhar um sol no céu preto nesta pintura. A única solução que encontro é desenhar um sol na palma da minha mão e deixar que os raios se ramifiquem para me contaminarem. Mas nunca esquecer que em qualquer lugar perdido á sempre no escuro um brilho, um luar.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Palavras perdidas

Será q hoje podias esquecer o teu mundo e viajar para o nosso. Olha-me, para os meus olhos tristes e confusos, e lá no fundo o q vez? Talvez um mar de Janeiro, revoltado. Ou então uma noite sem sentido, existe algo em nós inquieta e fria e tudo o q era fundo fica perto. Nem sempre o chão da alma é segura.
O calor do deserto hoje é um calor frio e eu procuro um refugio para me aquecer. Sei q existe um local há minha espera, mas hoje mais q qualquer dia ele não me aquece. Sendo assim fico deitada no chão frio, perguntas-me se estou á espera de uma mão amiga e eu dir-te-ei q não.
Numa vaga de espuma de uma onda do mar, gostava de ser resguardada para um dia voltar. Tu és mistura do vento e lama nos luares perdidos. Os muros construídos, que um dia pensamos que eram o nosso abrigo, hoje transformam-se em barreiras que não nos deixam viajar pelo mundo fora.
Mesmo não sentindo aquela segurança no teu olhar eles ainda são fundos para me enterrar, quando estou confusa.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Vaca das Cordas - Ponte de Lima

Todos os anos esta tradição é realizada em Ponte de Lima, mas só este ano é que despertou em mim. Com uma vontade enorme de conseguir tirar umas boas fotos, lá fui eu para Ponte de Lima.
Com alguma antecedência cheguei ao local, o que deu para conhecer um pouco melhor a zona. Esperei pela vaca "á porta da casa dela", e quando ela saiu fiquei surpreendida pelo facto de ser um POUCO maior do que imaginava.

Procurei um caminho mais perto, para conseguir fotografar o melhor que tinha desta tradição. "Quero ver o touro, quero ver o seu belo lustre preto. Ninguém ousava aproximar-se tanto que levasse um coice ou uma cornada mas todos queria olhar nos olhos aquele que era a personificação do destino de todos nós."

Na minha opinião tirei umas belas fotografias, mas para o ano lá estarei para conseguir tirar ainda melhores. Contudo as fotografias só servem para colorir a nossa recordação.
Agora, Ponte de Lima espera por mim nas Feiras Novas.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Momentos de reflexão


"Vi um menino, com um piano. No céu da minha cabeça,veio de tao longe, só para me pedir,que nunca o esqueça. Vinha tocar o seu piano, como só nos sonhos pode ser. Por entre as nuvens e as estrelas, apareceu, quando me viu, adormecer. Ficou sentado, perto de mim, onde mora a fantasia. Quis-lhe tocar, mas nao se pode ter, a noite a iluminar o dia. Soprou devagarinho, uma estrela, que se acendeu na sua mao. Disse-me podes sempre vê-la, se souberes sopra-la no teu, coração. Vi um menino, com um piano, a despedir-se de mim. Como uma nuvem, fez o mar e partiu, nos sonhos pode ser assim. Disse-me está a nascer o dia, vou p'ra onde a noite se esconder. Volto com a primeira estrela, para tu nunca teres medo, ao escurecer."