"Não há grandes poetas nem grandes poemas; há palavras que nos agarram no momento certo. só isso."

Gil T. Sousa


quarta-feira, 24 de junho de 2009

Sussurros transparente entre estrelas cadentes


Foi em 1952 a partida para a longa viagem. Não sabia onde ficava a estação pouco menos a paragem de autocarro. Nunca tinha precisado de tais meios de transporte. A teimosia era mais forte que o corpo, então os ponteiros do relógio encaminharam os seus passos. Foi à deriva, como barco na branca espuma. A rota não era feita de mapas, talvez de sentimentos e desejos. Só queria poder ver todas as estrelas que existiam no céu sem ter a luminosidade da sociedade. Conseguir diferenciar o brilho de cada uma, e contar os segredos a cada uma delas em sussurros transparentes. Tentar saber se elas também guardavam segredos para o seu ouvido enriquecer. Podia ser que alguém do outro lado do mundo, conta-se também seus segredos ás infinitas luzes do céu e espera-se por um milagre, um sinal na infinita escuridão. Mas as respostas nunca vieram. E as sombras nunca pareceram as mesmas.