"Não há grandes poetas nem grandes poemas; há palavras que nos agarram no momento certo. só isso."

Gil T. Sousa


domingo, 26 de abril de 2009

Viajante sem mala nem mapa

Divagar no puro sentimento como navio no imenso mar.
No vaguear da noite encontra-se o verdadeiro sentimento, absorvido pela raiz dos sonhos. O corpo cansado, do dia recordado nesta noite cerrada, que se sente a claridade. A valsa dos sonhos é então dançada, com os acordes do coração.
É então, que os sonhos começam a comandar a vida como criança que pula com balões na mão. Na ausência de vozes, de barulhos excessivos e do ruído de todos os dias que se ama a quietude das coisas, o som do vento, o vagar do mar, o fim da tarde, o torpor do poente.
Do imenso terraço onde não chegam vozes e o silêncio se estende sobre as coisas, vê-se o infinito. Um mundo de luz e sombras que se desvanece até ninguém poder dizer onde acaba a terra e começa o céu.
É um viajar no tempo, onde o tempo nem sequer tem horas. É um viajar sem mapa, procurando o desconhecido sentido, destino.
Uma fuga desenfreada e uma pressa incompreensível, desatada numa correria. Um medo como veia dilatada, aparece depois da coragem de se levantarem. Ter a certeza de alguma coisa é extremamente impossível. Tudo é possível e tudo é permitido, tudo sucede em alternância. Abre se a porta para a viagem, decifrando a matéria que é mais do que matéria, a que chamamos corpo. E querendo acreditar na voz que nos canta às escuras até adormecermos.

1 comentário:

Rogi disse...

Parabéns, encontrei o teu blog por mero acaso e adorei. Beijo