"Não há grandes poetas nem grandes poemas; há palavras que nos agarram no momento certo. só isso."

Gil T. Sousa


segunda-feira, 6 de abril de 2009

Quando sorris os teus olhos parecem infinitos campos verdes

O pôr-do-sol aproximava-se como naquele dia que ficamos sentados à sua espera. Aquela hora do dia era tão perfumada tão reflectida. Parávamos e contemplávamos o reflexo da nossa felicidade. Beijavas-me, abraçavas-me e tornávamo-nos únicos. Entre os últimos raios que conseguiam ultrapassar a linha do horizonte eu olhava para ti. A beleza dos teus olhos fechados, das tuas pestanas negras e compridas, não cabe nas palavras.
Estava a olhar para o reflexo em que dias meus cobriram a minha pele em mil sóis.
No meu quarto a janela está semiaberta à espera de um clarão na escura madrugada. Acordo muitas noites com barulhos, vindos de lá de fora, imagino a tua subida pelas grades acima. Depois de uma espreitadela vejo um gato a virar a esquina. E as estrelas caem e vão para a gaveta. E os monstros escondem-se no meu armário.
Como numa historia de encantar, eu deixo a janela aberta à espera que o príncipe entre e me prometa felicidade para sempre. "Porque é que nas histórias de Príncipes e Princesas nunca contam o medo que ambos sentem com a possibilidade de se perderem?"

Mil e um beijos quero de ti. Deita-te a meu lado, rasguemos a noite com os nossos corpos. Nem os lírios têm olhos tão doces, afagarei os teus com os meus dedos, e adormeceremos na certeza da perfeição.

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