"Não há grandes poetas nem grandes poemas; há palavras que nos agarram no momento certo. só isso."

Gil T. Sousa


terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Caminho das almas

Era uma estrada onde o seu fim era inalcançável. Almas amarguradas caminhavam sem nenhum destino planeado. Cabeças rebaixadas num corpo desprotegido caminhavam sem saber qual a sua direcção. O caminho era estreito para tantas almas despedaçadas.
Era um prédio com uma universalidade de janelas inimaginável, cada uma com uma vida para ser descoberta. A noite aproximava-se e era fundamental que alguém acendesse a luz de cada uma. As almas necessitavam muito mais que um brilho vindo da luminosidade, era a hora de acordarem e rejuvenescerem.
Era uma menina que atravessava todos os dias a rua da vida com o almoço guardado. Ninguém sabia o que ela guardava dentro de si. Usando o mesmo vestido de à dias, ela escondia as feridas com linho e seda. As conversas divagavam, mas ela nada perguntava. Era difícil perceber a dor por de trás de uma mascara. Aguentar uma tempestade secreta.
À chuva e ao vento ela permaneceu, tornando-se forte como uma pedra, num mundo onde já não consegue revigorar. Os seus sonhos deram lhe assas para alcançar um lugar onde seria amada.
Menina de cabeça rebaixada, corpo desprotegido, alma despedaçada, coração partido que o mundo esqueceu...
volta.

1 comentário:

Anónimo disse...

"os seus sonhos deram-lhe asas para alcançar um lugar onde seria amada"...não é essa afinal a meta de todos os sonhos? transformar o cinzento dos dias em paletas de cores vivas num mundo em que eu sou o que muito bem me apetecer...