"Não há grandes poetas nem grandes poemas; há palavras que nos agarram no momento certo. só isso."

Gil T. Sousa


sábado, 26 de janeiro de 2008

Espécie de slide


Tenho os pés a sangrar de tanto percorrer á sua procura. Mergulhei numa onda que rebentou na areia e procurei-o. Subi a montanha, entre pedras, silvas, chuva e tempestade, mas ele não estava. Então corri até conseguir apanhar o comboio, mas ele já tinha passado e não voltava. Pensei em todos os locais onde o poderia encontrar, mas em nenhum ele estava. Cansada sem forças para continuar, parei e pensei em todos os momentos marcantes da minha vida, estavam a passar numa espécie de slide na minha cabeça. Sentada no chão peguei numa pedra e deixei-lhe uma mensagem. Agora resta a ele procurá-la e descobrir onde estou.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

"A ambição cerra o coração"

"A ambição cerra o coração", torna-nos fechados para os outros. Nem sequer conseguimos receber um simples raio de sol. Estamos voltados para nós próprios, preocupados com o nosso ego, à espera de conseguirmos atingir o que ambicionamos e nada de bom entra no nosso coração, porque ele permanece fechado a sete-chaves para a humanidade.
Não olhamos a meios para atingir o fim. A ambição consegue tornar-nos frios, cegos e sem coração, que nos torna incapazes de pensarmos.
Por isso tu que estas a ler, no teu dia a dia controla a ambição, não podemos nem devemos fechar o coração para o que nos rodeia. Temos de estar abertos para dar e receber só assim conseguiremos lutar.



“A ambição e a felicidade seguem estradas tão opostas que nunca podem encontrar-se.” (Daniel Dubay).

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Tudo se transforma

Estava sentada na borda de uma nuvem quando tu me chamas-te.
Era uma vez uma menina que adorava trepar as árvores, mas principalmente aquele carvalho grande que ficava no cantinho do mundo. Adorava ficar no seu último galho, dava-lhe liberdade e dali conseguia ver o por do sol. Só ela conhecia aquele lugar e só ela tinha uma árvore amiga. Ria, chorava, sentia o coração a bater, sentia a dor mais profunda, ouvia o canto dos passarinho, e pensava nele. Era como se aquele lugar fosse algo mais do que um lugar. Simplicidade era o que se encontrava mais.
Ele não a conhecia sendo uma pessoa assim. Só a conhecia no seu dia-a-dia, rodeada de pessoas que tapam os olhos com uns simples óculos, pessoas que não têm coragem de mostrar o que realmente são. E quando ele a viu, sentada no carvalho a olhar o por do sol, descalça a sentir as veias da arvore, tudo se transformou em amor. Como Lavoisier disse: tudo se transforma.
Aquele amor não se criou como não se perdeu, transformou-se.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

No dicionário, procurei por ti

Eu vivo num cenário imaginário e
percorro-o devagar, com medo de falhar
no caminho que te posso encontrar.
Quando o dia-a-dia foge á regra
a imaginação ultrapassa a escuridão,
caímos na realidade quando levamos com um encontrão.
Fico sentada no chão rodeada de multidão.
Quando observo a multidão e não te encontro,
encontro em mim a solidão.